Hoje no almoço comi melancia de sobremesa e, ao dar a primeira mordida, uma enxurrada de memórias veio à tona na minha cabeça.
Quase todo fim de semana de verão o meu pai comprava melancia. Uma melancia inteira! E no meio da tarde, lá ia eu pra geladeira e pegava uma linda fatia.
Muitas vezes, eu e papai comíamos melancia juntos, sentados na beira da cama enquanto assistíamos TV. Ele sempre tinha uma providencial faca de manteiga à mão, só pra tirar as sementes. O ritual era o mesmo sempre. Ele cortava um pedaço da fatia bem rente à casca e depois de cima pra baixo, pra soltá-la. Em seguida, usava a faca (que eu nunca pegava) para tirar as sementes, uma a uma.
Eu e papai sempre fomos bons companheiros, daqueles que saem juntos pra caminhar, que vêem TV juntos de bruços, um do lado do outro. Sempre me perguntei como ele conseguia ficar tanto tempo vendo TV de bruços, com o travesseiro apoiando o queixo. Meu queixo doía e eu tinha que mudar de posição.
E dia desses, quando meus pais vieram me visitar, ele ficou exatamente na mesma posição, e eu me aboletei ao lado dele na cama e fiquei com a cabeça apoiada sobre o ombro dele. Que delícia!
Engraçado como um pedaço de melancia pode fazer a gente lembrar de alguns dos melhores momentos da vida.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
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Um comentário:
Nossa, como coisas tão simples podem ser tão bonitas?
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